A minha arrogância me permite

Diga tu, cara de tatu! Duas semanas sem peça no fds... E esse fds nem reunião fizemos... Enfim, um fds total off do teatro, desde março. Aleluia!

A temporada de 4 apresentações de "Jogo da Velha" e 4 da estreante "Meu Deus, o que foi que aconteceu?" foi bem interessante, pois reforçou o espírito de equipe do grupo.

A cia. de Teatro "Os Desacompanhados" surgiu com um grupo dissidente da cia. Profanos. A história toda começou em junho do ano passado. Um ano e dois meses depois, muuuita coisa já aconteceu. Muita coisa boa e muita coisa ruim, também.

A parte boa fica por conta das peças. Montamos 3 peças nesse período, 2 comédias e 1 tragédia. Me vale muito a experiência que venho adquirindo com o grupo, tanto como autor, como ator e, supreendentemente, como diretor de cena e da nova cia.

A parte mais pesada é justamente essa de dirigir a cia. Justamente aí que corta a minha onda. Como já disse antes, cometi a besteira de assinar um contrato pela pauta de julho, do teatro onde estávamos, sem ter maior garantia de que as pessoas estariam junto comigo até o final da última apresentação. Acreditar na palavra de todos, não é fácil. Eu acreditei. E poucos dias depois da assinatura, começaram a pular fora. E quem pula fora, quer puxar os outros, também. Sem o menor peso na consciência de que meu nome estava lá, contando com todos, e a multa era de apenas R$1.600,00.

Bom, são águas passadas. Chegamos ao final, fizemos as peças e ainda deu um dinheirinho, apesar da queda de público que tivemos, seguindo a tendência atual dos teatros vazios, graças à Gripe Suína.

Mas a queda do público era algo meio que esperado. Principalmente, o "Jogo da Velha", que já tinha feito 8 apresentações ano passado. E a gente conta, basicamente, com parentes e amigos. Só que... nem todos os parentes e amigos estão a fim de ir ao teatro. Não gostam ou simplesmente dizem que não podem e vão assistir a uma peça no Shopping da Gávea, no mesmo horário (e não fazem questão de esconder).

Até aí tudo certo. Ninguém é obrigado a gostar de teatro com poucos recursos, nem propriamente de teatro. O que mais me choca é a ausência dos amigos atores. O elenco da primeira peça que fiz, "Terapia de Vidas Mal-Passadas", tinha 6 pessoas. Eu e mais uma, a Soraide, estávamos em "Jogo" e em "Meu Deus". Nenhum dos outros atores de "Terapia" foram assistir. Nem os produtores. O elenco de "A alma do Mundo", que fizemos ano passado, tinha 19 atores. Dos 19, 8 estavam no elenco de "Meu Deus". Dos outros 11, apenas 1 foi assistir. Fora outros colegas da época de curso de teatro...

Quem faz teatro sabe da dificuldade de montar um espetáculo. O aluguel do teatro é caro e sem patrocínio dá prejuízo, com certeza. Se um ator não for assistir ao outro, simplesmente a máquina não anda. Ninguém vai produzir mais nada, daqui a pouco. Paciência. (Momento raivinha) Tá todo mundo interessado em lamber o próprio saco, mesmo. Não assistem às peças dos colegas, por pura arrogância. Uns porque ficaram revoltados por não serem escalados (não tem papel para todo mundo), outros porque só gostam de fazer teatro... já nasceram sabendo e não tem como aprenderem mais nada com outros atores. (Fim do momento raivinha)

Como a arrogância é inerente aos atores de teatro, com licença p/ meu momento arrogante:

Aos que tentaram boicotar a temporada, muito obrigado. Eu reajo muito bem às provocações e consegui fazer o melhor trabalho em Diretoria Financeira e o melhor trabalho na Direção da Cia., de todos os que eu já vi trabalhando na mesma posição que eu. Ah... E o melhor trabalho de produção, também.

Podem me colocar em qualquer posição, que eu jogo nas onze.

E quem não gostou, em vez de criticar, trabalhe. Trabalhe muito e prove ser mais competente do que eu! Prometo assistir de camarote.

E vamos em frente. Agora a Direção da Cia. está nas mãos da Kelly. Desejo a ela mais sorte do que eu tive. E que venha a segunda temporada de "Meu Deus, o que foi que aconteceu?" e as apresentações extras de "Jogo da Velha".

;)

1 comentários:

Angel disse...

Se algum dia eu conseguir alguma coisa com os livros, prometo que ajudo a patrocinar uma peça.
Talvez eu não veja, não minto, eu não curto teatro, mas a gente tenta apoiar.
Beijos