E a vida, como anda?

Quando você cria um blog, cria uma espécie de auto-assessoria de imprensa. Eu sempre pensei assim. Você escreve o que você quer sobre sua vida, suas opiniões, etc. Sem regras e sem as pessoas direcionando o assunto. Mais ou menos o que as assessorias fazem... O portal do Globolog veio reforçar minha tese. Os artistas escrevem o que querem sobre suas vidas, dão suas opiniões... e facilitam a vida dos jornalistas. Mas complicam a vida dos assessores...

Mas, enfim, esse papo é coisa pra discutir em seminário de comunicação. Não neste blog. Eu falei sobre o assunto, porque estava pensando em uma crítica que recebi num trabalho...

Bom, para os que ainda não sabem, eu trabalho com Comunicação Empresarial, a assessoria de imprensa de uma pessoa jurídica. Tive que fazer um trabalho falando sobre a conclusão de uma turma de jovens aprendizes num programa social aqui da empresa (aliás, estou virando um comunicador SOCIAL, no sentido literal da palavra), cujo enfoque era de mostrar a visão da empresa e divulgar os dados do programa. Eu, jornalista por formação e vocação, comecei a caçar os "personagens" para a matéria. Papo com os organizadores, com os jovens beneficiados, etc... Entrevistas que foram realizadas, transcritas e... cortadas!

Na redação final do texto, as entrevistas foram excluídas, pois não faziam parte do enfoque de divulgação do projeto. Foi aí que me dei conta de que precisaria reaprender e rever alguns conceitos. Uma das principais características do assessor de imprensa é mais ou menos o pensamento que rege os advogados, também: não interessa o que o seu "cliente" fez, o que importa é "defendê-lo".

Nessas horas que eu caio no dilema. E o meu trabalho com jornalismo? Será que é este o caminho que vou seguir na carreira, o de ser o profissonal, que na verdade é o que mais atrapalha o jornalista, o assessor?

Só sei que, graças, de uma forma ou de outra, vou continuar escrevendo, escrevendo e escrevendo, tarefa que me deixa feliz e que foi o que fez descobrir minha paixão pelo jornalismo.

Enquanto isto, sigo na fé... vou fazer duas provas pra mestrado (para jornalismo) em setembro, além de um concurso, o da BR Distribuidora. É, são poucas as chances, mas se eu passar vai ser bem legal. Vou fazer o que faço aqui, mas pelo menos vou ganhar mais. Alguma coisa tem que compensar, afinal, né?

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