A Sorte que chega atrasada...

Já disse que é simples acessar aqui a tela de inclusão de posts no blog para atualizá-lo, mas falta, na verdade, inspiração. Bom, resolvi entrar aqui para escrever uma situação daquelas que só acontecem comigo...

Na semana passada, viajei a trabalho para Brasília, para participar da cobertura do Consegi (www.consegi.gov.br)... Foi um serviço exaustivo, com jornadas de até 13 horas de trabalho frenético, mas muito legal. Adorei conhecer as pessoas que trabalham "virtualmente" comigo, além de encontrar colegas de outras Regionais da Empresa, inclusive, da Regional Porto Alegre.

Enfim, a melhor das histórias da minha curta temporada na capital foi justamente a do lugar onde ia ficar para dormir. Quando a viagem foi confirmada, cerca de 6 dias antes (geralmente as coisas são decididas na véspera ou na antevéspera), comecei a procurar hotéis para ficar. Os hotéis com diárias justas estavam lotados, só sobravam os hotéis com preços acima do dinheiro que a Empresa ia me dar... Ou seja, tive que procurar uma pousada.

Várias horas procurando por uma, até que consegui achar uma com vaga e fiz uma reserva. Passados alguns dias, lá fui eu... Desci no aeroporto e quando entrei no táxi e dei o endereço da pousada, o taxista me disse: "Ah, essa pousada foi fechada". Imediatamente perguntei: "Como assim? Quanto tempo?" "Ah, tem mais de dois meses" "Dois meses? Eu liguei para cá tem 5 dias para reservar"

Enfim, havia algo de podre no reino de Brasília (além da praça dos 3 poderes). Cheguei na pousada, localizada na W3 Sul, e ela estava FECHADA. Toquei a campainha insistentemente, já puto da vida. Ninguém me atendia. Peguei o celular e liguei lá para dentro, me atenderam e eu perguntei: "Vem cá, entro por onde se está tudo fechado?" Abriram a porta, eu tive que entrar rapidinho. E fui informado do que estava acontecendo...

Em Brasília, existem os dois setores hoteleiros, o norte e o sul. E estas pousadas ficam espalhadas pelas zonas residenciais. Os donos de hotéis reclamam que as pousadas tiram público deles e os moradores das quadras reclamam que as pousadas são barulhentas e promovem prostituição bem ao lado das residências. Enfim, corriam processos na justiça dos moradores próximos e dos donos de hotéis reclamando das pousadas, enquanto os donos de pousadas diziam que precisavam trabalhar e estavam gerando empregos. Ou seja, uma confusão dos infernos... E eu, lá, no meio...

Assim que informado, a menina da pousada disse: "Agora, você pode, se quiser, ir embora". Eu, muuuito feliz disse: "Você tinha que ter me dito isto quando eu liguei para cá, não agora. Agora vou ficar. Ou você acha que eu vou sair por aí procurando hotel agora?"

Fiquei na pousada, totalmente clandestina... Ensaiei com o dono um discurso para dizer caso houvesse problemas de fiscalização. E toda manhã quando ia para o trabalho, tinha que sair escondido pela parte de trás. Ninguém merece!

Para me assustar mais, ligaram a Tv no DFTV (o jornal local da hora do almoço) e tinha um link ao vivo da Globo na quadra da pousada que eu estava, mostrando o problema. E todo mundo sabe que tudo funciona bem quando a imprensa chega e começa a cobrar. Eu só estava esperando o momento da fiscalização bater enquanto eu estava por lá, mas, por sorte, nada aconteceu. Aliás, não posso reclamar da minha sorte...

Sorte que me escapa no momento em que faço escolhas erradas e me meto nas furadas. Pelo menos ela não me abandona quando eu preciso fugir destas mesmas furadas. Ou seja, ela chega tardiamente. Seria uma sorte preguiçosa? Lerda? Atrasada, talvez?

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