Discussões em ambiente de trabalho: um mal necessário

Eu juro que tento manter uma regularidade nas postagens, mas fica difícil... Tô numa fase de corre-corre muito grande esses dias.

O principal motivo é, como já tratei em posts anteriores, o meu retorno para o teatro e, com isso, minha participação em duas peças. O teatro ocupa boa parte do meu tempo no fim-de-semana e, principalmente, boa parte dos meus pensamentos. Aliás, graças a Deus! Não estava mais agüentando ficar só com SERPRO na cabeça... É um convite à depressão!

Falando em SERPRO, hoje mais cedo, participei de uma discussão de trabalho. Ninguém merece discussões e, ainda por cima, com ânimos exaltados, numa segunda-feira de manhã. Acho que ainda eram 10 e pouca quando começou o blá-blá-blá. Chaaaato.

E, o pior, que ontem no teatro foi a mesma coisa. Discussões acaloradas entre a equipe executiva e os atores. Coisa difícil, sabia? Fico às vezes impressionado com a capacidade das pessoas de se preocuparem mais em "tirar o seu da reta" do que com o objeto-fim. Ora bolas, o objeto-fim de uma companhia de teatro é o quê? Produzir peças. Nunca, em hipótese alguma, uma pessoa pode tentar montar uma peça, pensando em quanto vai ganhar e tals.

Discutir esse tipo de assunto em cima de um palco, na minha opinião, só se fizer parte do texto. Em caso negativo, sem chances. Atores, diretores e produtores, ao entrarem em um teatro, devem preocupar-se apenas com a direção dos atores, a defesa do texto e dos personagens e as marcações. Tudo isso com um objetivo: fazer uma peça impecável para fazer a platéia rir (se for comédia) ou chorar (se for um drama).

Eu sei que assuntos envolvendo a fatia de cada um dentro de um bolo merecem ser discutidas, sim. Discussões de trabalho são super bem-vindas, quando bem direcionadas, claro. Defender os interesses pessoais é sempre muito chato, quando você sabe que a defesa pessoal atrapalha o conjunto.

As decisões na Profanos, a nossa companhia, precisam começar a se descentralizar, até mesmo para que meu entendimento de "nossa" seja real. Por enquanto, estou nomeado produtor executivo e ator das duas peças; além de ser diretor e autor de uma delas. Só que, na boa, só me vejo como ator nas duas e estou começando a sentir a direção de "Jogo da Velha" nas minhas mãos.

Quanto à produção executiva, não me vejo ainda, tendo esse papel... Me vejo mais como um apaziguador e um "teto" para as pessoas que estão voando, sem um dos pés no chão. Pelo menos os demais estão começando a enxergar a realidade e isso muito me agrada. Eu confio muito na equipe toda, pois há muita gente muito competente ali, uma galera com uma garra absurda de fazer acontecer... mas falta senso.

Principalmente, na hora das decisões e no trato com os demais colegas: ator não é bicho. Todo mundo que está ali é um ser humano. Parece ridículo ter que dizer algo tão óbvio, mas é assim que tem de ser. Administração de pessoas, assim como o teatro, é uma arte! E, infelizmente, não é esse o forte do pessoal lá. Mas as peças vão muito bem, obrigado!

O que salvou o fim-de-semana foi justamente o primeiro ensaio de "Jogo da Velha", com o elenco novo. A Soraide arrasou com a cena da boate, que eu incluí no texto, semana retrasada. Ficou super atual e bem divertido. Pudera. Soraide é uma atriz superlativa. E eu adoro ver meu texto saindo de sua boca!

Outra coisa para dizer do teatro, que me deixa muito feliz é: não sinto ninguém tendo ataques de estrelismo lá dentro. Pela primeira vez, estou num ambiente de teatro, em que as pessoas se tratam, sim, como iguais. Nunca como "eu sou o melhor" e tals. Isso facilita muito o processo! Cada um consciente do seu. Muito gostoso sentir isso.

Bom, era isso. Eu sei que falta informação no post, mas, no fundo, escrevi assim mesmo para não causar polêmicas e, sim, reflexões. De quem está lá dentro e de quem não está, também. Beijos, galera, fui!

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